A prevenção de Drogas à luz da ciência e da Doutrina Espírita.
Prevenção de droga na família
A forma poética e simbólica de Lídia Aratangy no seu livro "Doces Venenos", mostra claramente o papel da prevenção na família e escola, quando relata a história da Bela Adormecida. Na realidade, se o rei, ao invés de proibir todas as rocas de fiar do reino, diante da maldição da bruxa, contasse para a princesa, desde pequenina, dos riscos que ela corria, poderia mudar esta história e ela não seria atingida pela maldição. O mesmo ocorre com as drogas, se a família e escola falarem naturalmente de drogas, desde a tenra infância, as crianças cresceriam convivendo com colegas que usam, sem morrerem de curiosidade e desejos. Lídia coloca que a mesma atitude se toma diante do sexo, doenças e outros assuntos polêmicos.Lídia comenta também neste mesmo livro sobre o fascínio do Conde Drácula, representado pelo ator Cristopher Lee, no filme "Vampiro da Noite". Sábiamente, compara a sedução do vampiro à sedução da droga. O Conde Drácula, com aquela sua beleza, fazia com que as pessoas se apaixonassem e não resistissem, mesmo sabendo que estariam correndo sérios perigos.Ocorre o mesmo com jovens e adultos, porque ao entrarmos em contato com nosso mundo interno, imaginário e desconhecido, podemos estabelecer um vínculo muito forte com a droga, (sensação vivida pelas pessoas que "bebem socialmente" e "fumam" ou usam "medicamentos"), tendo sempre em vista que 15% da população tem predisposição genética, como também resquícios de suas vidas passadas.Indiscutivelmente, todos os especialistas e estudiosos dos problemas relativos ao uso de drogas, acreditam que o melhor combate é a prevenção. A UNESCO, desde 1972 destacou a necessidade universal de se fazer um investimento na educação para prevenir o abuso de drogas.Prevenir significa dispor com antecipação, preparar, chegar antes. Em relação às drogas, pressupõe um conjunto de medidas utilizadas para impedir ou, pelo menos, reduzir seu consumo abusivo.A maior dificuldade de um programa de prevenção reside na hipocrisia dos adultos, que fazem uso abusivo de drogas legais e se situam no "faça o que eu digo e não faça o que eu faço".
Bucher (1988) afirma que a primeira postura para se falar de drogas é abandonar preconceitos, tais como: "usou droga uma vez e já está irremediavelmente perdido" ou "a droga é a culpada dos males da sociedade..."Os pais que tratam este assunto como um tabu fazem advertências dramáticas e aterrorizantes, criam um clima de suspeita, despertando a curiosidade e afastando ainda mais os jovens dos adultos. Falar com naturalidade e segurança é de boa política, procurando não mistificar a droga e integrando-a dentro de outros assuntos da vida cotidiana.O grande dilema dos pais se refere ao que fazer para que seus filhos não comecem a usar drogas, ou para que deixem de usá-la ou ainda para que não voltem a usá-la.As drogas podem causar grandes dramas. Segundo Bucher(1989), a atitude mais adequada em termos preventivos, quando a família constata o uso de drogas pelo filho é: não abafar, não castigar e não condenar; procurar saber o nível de comprometimento, melhorar as relações dentro de casa e procurar ajuda especializada.A família precisa repensar seu papel, suas relações, não usar de autoritarismo nem de liberalismo, mas ser uma presença firme e flexível, sabendo usar de sua "autoridade".
Até a família mais estruturada pode sofrer transgressões passageiras sem danos para o futuro e pode sobreviver muito bem, já que conta com modelos familiares sadios e boas relações entre as pessoas.O trabalho preventivo não é monopólio de especialistas, mas responsabilidade de toda a sociedade: pais, educadores, profissionais de saúde, justiça, serviço social, e outros.A concepção educativa de prevenção está centralizada nos seguintes aspectos: formação do ser humano; valores; motivações; estilo de vida isento de drogas; alternativas no campo do lazer; esporte e artes (desenvolvimento do potencial criativo) e ampliação da consciência integral (busca de transcendência).Basicamente, a prevenção deve concentrar-se menos nos perigos e aspectos farmacológicos (por isso a informação é apenas um componente e sempre aparece contextualizada no cenário educativo) e enfocar mais a fase da adolescência, a busca da auto-afirmação, da auto-estima, o conflito dependência e independência, a transgressão, o conflito com a pessoa de autoridade, a dificuldade de enfrentar problemas e limites e a questão do prazer. A prevenção alerta sobre os riscos de tolerância e dependência e, principalmente, focaliza a responsabilidade pessoal pela opção a ser tomada.A família espírita tem uma compreensão mais totalizadora do fenômeno droga.
Nós acreditamos que existe um componente espiritual muito forte nesta predisposição do jovem para qualquer droga, visto que na adolescência o jovem assume algumas tendências de outras vidas, mas recebeu desde o planejamento de sua encarnação e deveria ter recebido na sua família, toda orientação para o seu aprimoramento espiritual.
Joanna de Ângelis acredita que o antídoto para o aberrante problema dos tóxicos está na:Educação à luz do Evangelho sem disfarces nem distorções, desde à gestação.Conscientização espiritual sem alardesLiberdade e orientação com base na responsabilidadeVigilância carinhosa dos pais e mestres cautelosos.
Apesar de existir quadros desajustadores, não podemos culpar apenas os pais pelo desajuste do filho, o adolescente também tem participação ativa e consciente, ele intuitivamente sabe o que sua consciência diz, se tiver vontade firme pode exercitar seu auto-controle e auto-disciplina.
Joanna de Ângelis afirma que o adolescente faz a opção pelas drogas quando sente-se impossibilitado de auto-realizar-se, geralmente por causa de uma família-provação, porque foi desprezado em casa, não foi qualificado como ser humano, vive uma desarmonia psicológica e o seu mundo interno não está bem.
O livro” Família e Espiritismo” traz algumas orientações aos pais:
-Não penses que o seu lar será poupado;
-Observa o comportamento de seu filho, fique bem atento, e se o problema bater na sua porta: Não fuja dele.
- saia da cegueira familiar;
-Não desespere e nem seja hostil;
-Converse, esclareça, oriente;
-Busque os recursos da medicina dos homens e da doutrina espírita.
Atitudes paternas que dificultam um programa de prevenção às drogas:
-Pais que usam medicamentos na busca de equilíbrio, mostram que enfrentam a realidade ingerindo produtos químicos. (calmantes, etc.)
-Pais que usam e abusam de remédios sem receita médica, sem o menor esforço para diminuir a dor através dos recursos mentais e outras técnicas alternativas.
-Pais que usam e abusam de bebidas alcoólicas.
-Pais que fumam e usam o cigarro como bengala psicológica.
Extraído do site Fraternidade Espírita Chico Xavier
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